Abordar
o tema da criminalidade urbana em Maputo (também noutras cidades de Moçambique)
implica falar de cães de guarda. Fora da zona dos prédios, as casas pertencem a
pessoas humildes quando não têm cão ou quando um ou outro rafeiro faminto anda
por perto, como que perdido do dono; são de pessoas de classe média quanto têm
cão ou cães bem nutridos que vão cumprindo o seu papel dissuasor; e são de
pessoas de classe alta quando, ao atributo anterior, se acrescenta a
característica de se tratar de ameaçadores cães de raça. No intervalo desses
tipos existem estádios de transição por atributos caninos, metáfora da
canibalização da vida social. Soltar os cães poderá ser o mote de uma futura
revolução por aqui. Prendam-se os cães!
Gabriel Mithá Ribeiro
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