domingo, 19 de maio de 2013

O passado é um lugar estranho.

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Já aqui falei várias vezes de ruínas, como o projecto Ruin’Arte, do Gastão de Brito e Silva. Prometi ao André falar do Speer e da sua teoria das ruínas, mas faltou tempo e engenho… Hoje uma breve história que mistura ruínas e recordações. Sarah Schönefeld tinha dez anos quando o Muro ruiu. Duas décadas volvidas, os edifícios e os lugares que marcaram a sua infância na República Democrática Alemã estão semidestruídos, abandonados. Este não é um projecto fotográfico vulgar sobre ruínas, como aqueles que mostram as grandes naves industriais desertas de Detroit. Aqui há um envolvimento pessoal fortíssimo, em que se cruzam as imagens de lugares abandonados com retratos autobiográficos de momentos aí passados: a piscina onde se aprendeu a nadar, a antiga escola, o parque de diversões… Não deve ter sido fácil a Sarah Schönefeld ver toda a sua infância devastada. Praticamente, nada sobrou. Para mais imagens, a excepcional edição online, em inglês, do Der Spiegel.
 
 
 
António Araújo


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